Resenha #107: Ciclo da Herança - v. 4: Herança | Christopher Paolini

Autor: Paolini, Christopher
Editora: Rocco
Volumes: 4 de 4
Páginas: 792
Anteriores: Eragon; Eldest; Brisingr

Tradução: Ana Deiró
Skoob: 4/5

O fim das aventuras de Eragon e Saphira em Alagäesia chegou, mas antes de falar deles, queria falar de um personagem que não dei tanto destaque nas outras resenhas, mas que merece muito, que é Roran, mais conhecido como Martelo Forte. 

O primo de Eragon faz o próprio nome também entre os Varden, aceitando missões praticamente impossíveis até desafios um-a-um contra Urgals para ganhar o respeito deles. Roran sai de todos esses conflitos totalmente quebrado e algumas vezes quase morto, mas com uma grande inteligência e uma motivação de ferro para recuperar seu lar e construir uma família com Katrina, junto ao desejo de vingança contra Galbatorix faz com que ele seja um dos guerreiros mais valiosos entre os Varden, se não o mais valioso.

Apesar da narrativa cheia de detalhes e às vezes cansativa, como já comentei aqui, Paolini amadureceu muito em sua escrita ao longo do tempo e Herança reflete isso muito bem. Uma das coisas que mais gostei foi como ele abordava as relações pessoais e íntimas entre os personagens de forma simples e delicada, sem dar muitos detalhes, sem se alongar muito na declaração de sentimentos, mas nos mostrando a consideração, o amor ou a raiva que um personagem sentia pelo outro apenas por pequenos gestos e palavras.

Neste livro, Eragon finalmente enfrentará Galbatorix, e posso dizer que estava muito ansiosa, pois este vilão acabou sendo um fantasma ainda mais assustador e misterioso que Voldemort! Quando finalmente podemos conhecê-lo, não temos ideia de como tudo se resolverá de forma favorável para Eragon, pois Galbatorix é forte, antigo, inteligente e passou os últimos 100 anos apenas fortalecendo todas essas características.

Depositar os problemas e dificuldades aos pés de uma força maior que ele e entregar seu destino seria um alívio e o fazia deixar de ser responsável pelo seu destino e daqueles a quem amava.

[Eragon, p. 360]

Como telespectadora assídua de animes quando criança, acostumei com esses desenhos onde acontecia um super milagre para o mocinho derrotar o vilão, principalmente em Cavaleiros do Zodíaco, onde o cavaleiro de bronze poderia estar o mais destruído possível, que sempre acontecia um milagre em que ele se reergueria ou ele descobriria um 15º sentido que o faria matar o cara com um super único golpe!!! hahahaha Por isso, e pelas circunstâncias que Eragon enfrentava sendo muito mais fraco que Galbarotix, imaginei se Paolini não iria se valer se um artificio desse, isso teria me decepcionado muito!

Que bom que estava enganada! O fim de Paolini foi até que bem crível e inteligente e uma das partes que mais gostei na série toda! Como romântica incurável, senti falta de alguns romances mais desenvolvidos, mas entendi que era um cara escrevendo para outros caras - pelo menos a princípio - e que eu estaria esperando demais!

Não me estendi muito nos acontecimentos deste último livro, pois são muitas coisas, diversas revelações e um fechamento incrível, e eu poderia soltar diversos spoilers. Portanto, só vou dizer que gostei muito de Herança e recomendo para você a leitura dessa série. Escrevendo essa resenha, até sinto falta de Eragon e Saphira! Como os acompahamos desde o começo, ao terminar o livro parece que estamos dando um adeus a dois grandes amigos!