Resenha: Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo {Benjamin Alire Sáenz}
Autor: Benjamin Alire Sáenz
Editora: Seguinte
Páginas: 392
Nota Skoob: 5/5 ♥
É 1987 e Ari é um menino de 16 anos de El Paso, sem amigos, que se sente perdido no mundo já que sua vida não foi ideia dele. Ele guarda um grande vazio no peito pela ausência de seu irmão Bernardo que está preso desde que ele tinha 4 anos, só que ninguém em casa fala o que aconteceu ou mesmo fala do irmão e não existem nem fotos dele pela casa.
Editora: Seguinte
Páginas: 392
Nota Skoob: 5/5 ♥
"Talvez vivêssemos entre a dor e a cura."
[Ari - pág. 366]
É 1987 e Ari é um menino de 16 anos de El Paso, sem amigos, que se sente perdido no mundo já que sua vida não foi ideia dele. Ele guarda um grande vazio no peito pela ausência de seu irmão Bernardo que está preso desde que ele tinha 4 anos, só que ninguém em casa fala o que aconteceu ou mesmo fala do irmão e não existem nem fotos dele pela casa.
Um dia ele sai para nadar, ou melhor, boiar, já que ninguém o ensinou a nadar e conhece Dante, que prontamente se oferece a ensiná-lo, das aulas na piscina surge uma grande amizade que vai mudar a vida de Ari para sempre.
"Naquela tarde, aprendi duas palavras novas. "Inescrutável"... e "amigo". As palavras ficam diferentes quando passam a morar dentro de você."
[Ari - pág. 42]
De inicio, pensei que veria um romance entre Dante e Ari e a luta dos dois para esse romance ser aceito, só que Benjamin Sáenz faz muito mais do que isso! Ele simplesmente escreve sobre dois adolescentes mexicanos que passam juntos os prazeres e mazelas da transição de jovens para adultos e que no meio disso tudo se apaixonam.
Ari e Dante dividem conversas; livros; risadas; desejos; problemas de família; questões sobre a vida; experiências vividas e a serem vivenciadas. Durante a leitura vamos acompanhando sua perda de inocência e as descobertas quanto à bebida, álcool, drogas (a cena mais divertida é quando eles experimentam maconha juntos!! rsrsrs), sexo e como tudo vai acontecendo e se assentando na vida deles. Adorei a forma tranquila e despreocupada da narrativa do autor na hora de abordar a sexualidade, que era só mais uma descoberta, junto com as outras.
Lógico que o peso disso em 1987 está presente no livro, na forma de preconceito puro envolvendo atos de violência contra os meninos até o preconceito dos próprios personagens para consigo de como contar para os pais; a dificuldade de se aceitar e o desejo de não ser quem é.
"Só porque jogo no outro time não significa que sou um ser humano patético que mendiga amor. Tenho mais respeito próprio que isso."
[Dante - pág. 252]
Benjamin escreve do jeito que gosto, com bastantes diálogos e poucas descrições, mas sem perder a reflexão dos temas que aborda. Adorei a relação de Dante e Ari com seus pais. Na casa de Dante o diálogo e o carinho é muito mais aberto, sua mãe é psicóloga e seu pai professor de inglês; já na casa de Ari, nós vemos uma relacionamento bem sincero, amoroso e aberto entre Ari e sua mãe, que é professora também, e um mais fechado e misterioso entre Ari e seu pai, que participou da Guerra do Vietnã e por isso guarda grandes cicatrizes.
"Não quero que meus pais organizem a vida deles em torno de mim. Vou desapontá-los algum dia. E aí como fica?"
[Dante - pág. 194]
Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, é um livro cativante e incrível, que fala sobre amor, família, aceitação, diversão, loucuras, responsabilidades, problemas e muito mais, assim como a nossa adolescência é. A edição feita pelo Selo Seguinte da Companhia das Letras começa com uma capa linda de viver e passa pelos cuidados dentro do livro, com folhas amareladas, com margens bem espaçadas e tamanho bom de letra, tornando a leitura bem agradável!
Curti cada segundo do livro e super recomendo!
Trechos Favoritos
"O que realmente me incomodava era o fato de minha mãe ter mais amigos do eu. Tem coisa mais triste?"
[Ari - pág. 17]
"Que saco! Por que precisava ser um bom menino só por ter um irmão maloqueiro? Eu odiava essa lógica dos meus pais."
[Ari - pág. 32]
"Fiquei pensando que poemas são como pessoas. Algumas você entende de primeira. Outras você simplesmente não entende... e nunca entenderá."
[Ari - pág.40]
Comentários
Te amo!