Resenha #186: O livro das coisas perdidas | John Connolly

Autor: John Connolly
Editora: Bertrand do Brasil
Páginas: 363
Tradução: Cecília Prada
Skoob: 3/5


Tinha dificuldade em conciliar o Deus do padre àquele que deixara sua mãe morrer lenta e penosamente.
[p. 198]

Expectativa it's a bitch, certo?? Troquei esse livro no Skoob, amando-o de imediato por conta da capa era linda e muita, muita gente falava bem, mas na hora que eu comecei a ler tudo desembestou...

David é um garoto de 9 anos que ama os livros, paixão adquirida através de sua mãe que está morrendo. Quando ela morre, seu pai se casa novamente e tem outro filho, David se sente muito perdido, parece que não pertence a este mundo, esta nova vida e só deseja que tudo volte ao normal, com sua mãe de volta e nada de madrastas e meio-irmãos.

Ninguém pode forçar ninguém a fazer um mal. Você tinha o mal dentro de si e escolheu praticá-lo.
[Homem-Torto, p. 345]

Seus desejos são atendidos e ele entra no mundo dos contos de fadas, que são um pouco diferentes do que ele está acostumado. Lá ele tem a oportunidade de mudar sua vida, deixá-la do jeito deseja, mas toda mágica tem um preço, e o preço para essa talvez seja alto demais.

Pela primeira vez considerei uma nota pela qualidade da escrita, em vez de apenas minha experiência e gosto pelo livro. Pois apesar de não ter gostado da leitura deste livro, eu enxerguei que ele é bem escrito. John Connolly cria uma história fantástica, com personagens mágicos, porém críveis que tem desejos, cometem erros e amadurecem. E é exatamente o que acontece a David enquanto está preso neste mundo mágico que ele não entende.

Vivia de acordo com as regras, mas a vida o enganara. Este mundo não era igual às suas histórias no qual o bem era recompensado e o mal, punido.
[p. 24]

Apesar de conter uma história boa, não consegui gostar do livro, não me apeguei à leitura, foi na verdade bem difícil levá-la adiante e algumas coisas simplesmente me deixaram muito enojada como a Caçadora que fazia experiências com corpos de crianças e animais!! Como eu disse aí em cima, talvez tenha sido minha expectativa alta pelo livro que estragou a experiência, mas é um livro que eu não voltarei a ler e não recomendo.


Tive mais medo da morte de outras pessoas. Eu não queria perdê-las. Às vezes acho que me preocupava tanto com a possibilidade, que não conseguia desfrutar o prazer de sua existência.
[Rolando, p. 228]

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