Resenha: Estação Onze {Emily St. John Mandel}

Autor: Emily St. John Mandel
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Nota Skoob: 3/5
Compre: Amazon

"Nós reclamamos de como o mundo moderno é impessoal, mas isso é mentira. Nunca tinha sido impessoal, nem de longe. Sempre houve uma sutil e sólida infraestrutura de gente, todos trabalhando à nossa volta. E quando todas as pessoa param de trabalhar, todo o sistema emperra e pára."
[Jeevan - pág. 174]

Vi algumas resenhas negativas sobre este livro e entendo quem não tenha gostado, pois achei algumas partes bem confusas até o desfecho do livro. Mas, ao mesmo tempo, achei bem interessante, principalmente por abordar a temática de "destruição mundial", gosto muito do assunto em filmes e agora estou vendo cada vez mais em livros e acho bem legal!!

O livro começa em Toronto, com o ator Arthur Leander tendo um ataque cardíaco no palco, próximo à atriz mirim Kirsten Raymonde e o ex-paparazzi e socorrista Jeevan Chaudhary que sobe no palco e tenta salvá-lo. A principio achei que Jeevan seria o personagem principal (e talvez aqueles salvadores nada a ver, tipo Brad Pitt em "Guerra Mundial Z"!), mas logo a história começa a acompanhar outros personagens e aí fui ficando bem confusa, principalmente porque também voltava e acompanhava alguns momentos da vida anterior do Arthur. E eu ficava pensando: "Mas ele morreu, porque acompanhar ele?". Outra coisa que confundiu um pouco também foi a história ir e voltar em diferentes tempos, acompanhando diferentes personagens, sem se concentrar de fato em nenhum.

"Durante toda a vida ele se perguntou qual profissão seguir e agora tinha certeza, absoluta certeza, de que queria ser paramédico. Em situações em que as pessoas podiam apenas ficar olhando, Jeevan queria ser alguém capaz de tomar a frente."
[Jeevan - pág. 18]

Mas aos poucos a história vai se fechando e eu achei que a autora acabou amarrando legal, sabe? Neste mesmo dia em que Arthur morre, anúncios começam pipocar divulgando que a gripe da Geórgia se espalhou e chegou a Toronto. Jeevan consegue as informações mais terríveis vindas de um amigo médico. Ele então se refugia no apartamento do irmão e espera para ver o que acontece. É aí que a história esquece dele e acompanhamos Kirsten.

Vinte anos depois de a gripe ter acabado com o mundo, ela está com uma Sinfonia Itinerante que leva peças de Shakeaspeare a todos os abrigos humanos que restaram. Simpatizei muito com a Sinfonia, principalmente porque tinha acabado de ler O Nome do Vento e a questão de artistas de trupe estava bem vívida na minha cabeça! Sem contar a representação dessa trupe: uma fuga da vida cruel que todos estavam vivendo; das lembranças horríveis dos dias de caos no boom da gripe. Lembrei muito de uma frase que amo do Ferreira Gullar: "A arte existe porque a vida não basta" e é bem isso que a Sinfonia representa no livro.

"O inferno é a ausência das pessoas de que temos saudade."
[Kirsten - pág. 141]

Caham.. Continuando... Em um momento da história começamos a acompanhar também o melhor amigo de Arthur, Clark, que durante o maior surto da gripe está em um avião e acaba ficando preso em um aeroporto com Elizabeth, a segunda mulher de Arthur, e o filho de Arthur, Taylor.

Quando Clark finalmente se dá conta que aquele aeroporto se tornou sua nova casa, aos poucos ele começa a construir o que fica conhecido como O Museu da Civilização, onde as pessoas vão lá guardar coisas que as lembram desse mundo que não existe mais!

"Se o inferno são os outros, o que é um mundo onde não há quase ninguém?"
[Kirsten - pág. 145]

As vidas desses seis personagens vão se ligar de várias formas durante o livro enquanto cada um deles enfrenta o fim do mundo como o conhecemos. É um livro interessante, principalmente para quem gosta da temática "fim do mundo"!

E eu gostaria de saber: o que você colocaria no Museu? Eu colocaria meu nicho com alguns dos livros favoritos da vida e os Funko Pops queridos! ♥
















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Comentários

Rafaela Hübner disse…
Oiee! Ganhei este livro estes dias, também estou curiosa sobre a temática de fim do mundo. Eu li o "Filhos do fim do mundo" esse ano e adorei demais! Acho que é um tema que tem tudo para ser dos meus preferidos hehe
Eu também tenho lido várias resenhas negativas, mas pretendo tirar a prova hehe

Beijão!
Arrastando as Alpargatas

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