Resenha: O Céu Está em Todo Lugar {Jandy Nelson}
Autor: Jandy Nelson
Editora: Novo Conceito
Páginas: 424
Classificação: ♥♥♥♥
Às vezes é preciso perder tudo, para encontrar a si mesmo...
Lennie Walker, obcecada por livros e música, tocava clarinete e vivia de forma segura e feliz, à sombra de sua brilhante irmã mais velha, Bailey. Mas quando Bailey morre de forma abrupta, Lennie é lançada ao centro de sua própria vida, e, apesar de não ter nenhum histórico com rapazes, ela se vê, subitamente, lutando para encontrar o equilíbrio entre dois: um deles a tira da tristeza, o outro a consola.
O romance é uma celebração do amor, também um retrato da perda. A luta de Lennie, para encontrar sua própria melodia em meio ao ruído que a circunda, é sempre honesta, porém hilária e, sobretudo, inesquecível.
Bailey morreu há um mês. O mundo
de Lennie desabou naquele segundo. Sua melhor amiga, seu outro eu, sua irmã
amada, foi embora para sempre. Lennie então se fecha para o mundo que não
entende sua dor, que continua a funcionar normalmente depois dessa tragédia. Só
Toby, (ex?) namorado de Bailey, parece entender toda a dor envolvida e logo
eles passam a compartilhá-la de um modo bem estranho.
Ao voltar à escola, Lennie tem
que se acostumar com a vida que continua sem Bailey e com os olhares de pena
que a acompanham pelos corredores. Na banda da escola, conhece o novo integrante, Joe Fontaine.
Lindo, com um sorriso que parece eterno em seu rosto e um músico maravilhoso, ele
conquista Lennie facilmente e parece preencher muitos dos momentos vazios
deixados pela morte de Bailey.
Sua alegria ininterrupta a
intriga e contagia, até que os dois começam um romance delicado e cheio de música.
Mas Lennie guarda um segredo
terrível de Joe e de todo mundo, um segredo envolvendo Toby que será difícil de
explicar e quase impossível evitar suas consequências.
O Céu Está em Todo Lugar é um
livro muito difícil de classificar e foi mais ainda de resenhar. Ele
basicamente conta a história da morte e das formas diferentes que ela afeta os
que ficaram. O que restou da família Walker, Vovó, Tio Big e Lennie, se quebrou com a
morte de Bailey e todos tem que descobrir quem são agora sem ela e como voltar a tocar suas vidas. Principalmente Lennie. Além da forte ligação com a
irmã, o livro nos mostra que Lennie vivia na sombra de Bailey sem se dar conta
disso.
Para dizer a verdade, apesar do
conflito principal ser bem importante e centrado em Lennie, não gostei da
personagem: ela é muito confusa, enrola para resolver seus problemas e parece
que sempre “escolhe” ficar em segundo plano, ao mesmo tempo que ignora o que as
consequências que suas ações provocam nas pessoas à sua volta.
Um drama delicado e cheio de
sentimentos a cada página. Uma das coisas que mais gostei na narração é que é
muito fácil mergulhar na história e nos sentimentos de Lennie. A Mari tinha me
aconselhado a ler com calma e devagar. Infelizmente não consegui seguir o
conselho e me arrependo, porque o bom era ficar muito tempo lendo o livro e
desvendando aos pouquinhos a história e os conflitos dos personagens!
Recomendo o livro para quem gosta
de romance, de lidar com variados sentimentos humanos e de delicadezas, como a
linda diagramação de todo o livro!
Trechos
“É como se alguém tivesse aspirado o horizonte enquanto estávamos olhando para o outro lado.”
[Lennie – pp. 12]
“De repente, começo a perder o fôlego, afundando-me no cimento duro e frio que é a minha vida agora, pois me lembro de que não posso correr para casa depois da escola para contar a Bails sobre o novo garoto da banda. Minha irmã morre inúmeras vezes o dia todo.”
[Lennie – pp. 21]
“Ele tem razão. É exatamente isso, sou loucamente triste e, em algum lugar lá no fundo, tudo o que quero é voar.”
[Lennie – pp. 112]
“Ficar com ele não parece mais o porto seguro que parecia antes. Era diferente, desesperador, como duas pessoas que lutam para respirar.”
[Lennie – pp. 181]
“Nossas línguas se apaixonaram loucamente e se casaram e se mudaram para Paris.”
[Lennie – pp. 197]
“Quis dizer que pressinto como a morte está por perto. Como nos espreita. E quem quer saber disso? Quem quer saber que a pessoa que você mais ama e de quem precisa pode simplesmente desaparecer para sempre?”
[Lennie – pp. 202]
“Quando volto para o Refúgio, sou pega por um desejo tão urgente que preciso cobrir a boca para reprimir um grito. Quero que Bails esteja deitada em sua cama, lendo. Quero contar para ela sobre Joe, quero tocar essa música para ela. Quero a minha irmã. Quero jogar um prédio em cima de Deus.”
[Lennie – pp. 233]
“Como Heathcliff e Cathy. Tive o amor explosivo-do-tipo-que-acontece-uma-vez-na-vida e destruí tudo.”
[Lennie – pp. 349]
“Lá eu declaro que pertenço a ele. Lá eu afirmo que meu coração é dele. Lá eu declaro que ouço a alma dele em sua música. Vou pular de um prédio. Quem fala coisas desse tipo no século 21? Niguém!!!”
[Lennie – pp. 395]
“E então ontem...descobri que me pertence. Seu bumbum é meu!”
[Joe Fontaine – pp. 405]
“Sinto a sua falta e não suporto o fato de que você vai deixar de fazer tantas coisas. Não sei como o coração suporta isso.”
[Lennie – pp. 416]
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