Resenha #102: Ciclo da Herança - v. 1: Eragon | Christopher Paolini

Autor: Christopher Paolini

Editora: Rocco
Páginas: 466
Volume: 1 de 4

Tradutor: Nelson Rodrigues Pereira Filho

Skoob: 3/5

O seu problema é que você é tão indefeso que força todo mundo a tomar conta de você!

[Murtagh, p. 318]

Eragon foi criado junto com o primo por seus tios em Alagäesia. Um dia ele encontra uma estranha pedra azul brilhante que, na verdade, é um ovo de Dragão e chocou! Um dragão azul diminuto sai de dentro da casca e Eragon ganha uma marca em sua mão que o identificará como um dos Cavaleiros de Dragão que tiveram seus tempos áureos há muitos anos atrás até que Galbatorix, um destes Cavaleiros, convenceu mais 13 deles a derrotar os restantes e dominar Alagäesia. No processo, todos são mortos e Galbatorix se torna Rei, iniciando uma era de repressão. Agora que Eragon se tornou um Cavaleiro ele terá de tomar muito cuidado, já que Galbatorix não descansará até encontrá-lo e colocá-lo sob seu domínio.

Se eu tivesse feito esta resenha da primeira vez em que li Eragon, provavelmente teria dado cinco estrelas, mas agora as coisas mudaram! Christopher criou uma história interessante (aos 15 anos!!) e envolvendo dragões, uma das criaturas lendárias de que mais gosto. Mas ele acabou tornando a narrativa um pouco maçante ao dar uma de Tolkien e descrever de modo muito detalhista - e repetidas vezes - cenários, construções e personagens. Para quem gosta de imaginar tudo direitinho, com certeza vai adorar os detalhes que facilitam a penetrar mais na história.

A verdadeira coragem é viver e sofrer por aquilo em que você acredita.

[Brom, p. 184]

Com Urgals, elfos e anões entre seus personagens, não há como não ser levado a Senhor dos Anéis inúmeras vezes durante a leitura, mas Paolini, com a inclusão de dragões mágicos; fortes e sábios e que compartilham suas mentes com seus cavaleiros, tornou sua história única e é muito legal ver a evolução de Saphira, o dragão de Eragon, e a ligação entre ambos ao longo do livro. Minhas passagens favoritas são dos dois conversando, discutindo, trocando conselhos e opiniões e questões normais da vida.

Eragon é o típico mocinho que não pediu o manto de herói, mas tem que vesti-lo para salvar a todos. Movido a principio por vinganças pessoais, ele sai de Carvahall com Brom, o misterioso contador de histórias, para ir atrás dos Ra'zac, criaturas demoníacas que mataram seu tio. Ele e Brom se metem em muitas encrencas e mesmo com Saphira, Eragon é muito fracotezinho e tem muito a aprender do que significa ser um Cavaleiro. Brom começa a lhe dar um treinamento básico até ele conseguir chegar aos Varden, grupo de resistentes ao império que tentam derrotar Galbatorix e trazer a liberdade e aos elfos em Ellésmera, que poderão treiná-lo adequadamente. 

Respeite o passado, você nunca sabe como ele poderá afetá-lo.

[Brom,  p. 50]

Em uma das encrencas eles são emboscados por Urgals e são salvos por Murtagh, garoto esquisito, cheio de segredos, mas que parece ter boas intenções para com Eragon. Os garotos começam a viajar juntos e logo criam laços de amizade, entretanto Murtagh não quer de jeito nenhum ir até os Varden, e Eragon tenta de todos os modos descobrir que grande segredo é esse que ele guarda e a resposta pode ser pior do que espera. O livro se encerra com a primeira batalha tudo ou nada de Eragon que resulta em grandes consequências!

Apesar de eu ter pulado grande parte das descrições que me chateavam durante o livro, Eragon é legal e me faz voltar um pouquinho aos cenários de magia e heróis que tanto amei em Harry e Rangers. Ele faz parte de uma série com quatro livros, todos publicados aqui pela Rocco e tem filme!, mas foi um fracasso enorme, infelizmente, e que inclusive pretendo assistir novamente para contar a vocês porque exatamente foi um fracasso!

É impressionante que um homem que já esteja morto possa falar com essas pessoas através destas páginas,. Enquanto este livro sobreviver, as ideias dele terão vida.

[Eragon, pág. 181]