Resenha #208: O oceano no fim do caminho | Neil Gaiman

Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Páginas: 208
Tradutora: Renata Pettengill
Skoob: 3/5


Ninguém realmente se parece por fora com o que é de fato por dentro. As pessoas são muito mais complicadas que isso.
[Lettie, p. 129]



Vi esse livro pela primeira vez indicado pela Tati Feltrin. Ela falou tão bem do livro e com tanto amor que resolvi experimentar Neil Gaiman pela primeira vez!

O personagem principal é um adulto (sem nome! rs) saindo de um velório (se não me engano é do pai dele, mas não lembro mais! Enrolei para fazer essa resenha! =/) que visita sua casa de infância quarenta anos depois de ter saído de lá. Para fugir dos pensamentos melancólicos e da tristeza, ele vai até a propriedade das Mulheres Hempstock sentar em frente ao "Oceano" da casa e retornar para aqueles dias em que fez uma amiga nova e muitas coisas esquisitas, que ele não lembra muito bem, aconteceram...

Ela era a verdadeira encarnação do poder, parada no ar crepitante. Era a tempestade, o raio, o mundo adulto com toda a sua força, todos os seus segredos e toda a sua crueldade casual e insensata.
[p. 102]

Com sete anos de idade, seus pais estavam passando por dificuldades financeiras e alugaram seu quarto para viajantes, um desses viajantes acaba se suicidando por conta de dinheiro e logo muitos outros conflitos passam a ocorrer na cidade pelo mesmo motivo. Ao se deparar com isso, nosso protagonista conhece Lettie Hempstock, sua vizinha de 12 anos. Logo eles se tornam amigos e ela explica que uma criatura está tentando interferir na vida das pessoas da cidade e que ela tem que dar um jeito nisso.

Ao acompanhá-la, um desastre acontece e sua vida acaba se prendendo à do monstro. Lettie, sua mãe Ginnie e a Velha Sra. Hempstock farão de tudo para salvá-lo e salvar a cidade das garras desse monstro que conseguiu entrar nessa dimensão!

Esse é o problema com as coisas vivas. Não duram muito. E depois ficam só as lembranças. E as lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões.
[Lettie, p. 58]

Imagino que vocês chegaram até aqui falando: hein?? rs Pois é, apesar de parecer bem absurdo só por esse resuminho (e não daria para fazer um maior, se não eu contaria o livro inteiro!), O Oceano no Fim do Caminho é um livro bom e as coisas fazem sentido dentro do mundo fantástico que Gaiman cria para o leitor. Durante a leitura eu senti falta de explicações sobre que mundo estamos lendo, quem são as Hempstock, quem é o menino e por que ele não tem nome! rsrs

Depois de um tempo, acabei embarcando na leitura mesmo assim e não precisei mais das explicações, apesar de que adoraria ter sabido mais sobre as Hempstock. Lettie tem só doze anos, "há muito tempo", mas possui uma sabedoria incrível, é doce, simpática e verdadeira. Ela não precisou de quase nada para me conquistar!!

Eu gostei muito da leitura, mas faltou alguma coisa. A Tati em sua resenha, falou que se comunicou com a Tati de 7 anos e li outras pessoas falando que também se reconectaram de alguma forma com sua infância e que o livro é incrível, maravilhoso e tals. Eu gostei muito e a escrita de Neil Gaiman é incrível (vide conseguir me fazer apegar a um personagem sem nome!!), mas não senti todos estes sentimentos que a grande maioria que leu sentiu nem me conectei com a minha infância! 

Exatamente por isso que demorei tanto para resenhá-lo, não sabia o que falar! Se gostei, se não, o que gostei, o que não gostei.... Hoje falo para vocês que gostei sim e recomendo, só faltou, como a Rafa falou super bem em sua resenha no Arrastando as Alpargatas, uma ligação entre todas as coisas que gostei e, para mim, algum sentido para tudo!

Nada nunca é igual. Seja um segundo mais tarde ou cem anos depois. Tudo está sempre se agitando e se revolvendo. E as pessoas mudam tanto quanto os oceanos.

[Sra. Hempstock, p. 184]

Mesmo assim quero ler os demais livros dele, principalmente Coraline e aí venho aqui falar para vocês o que achei!! =D E vocês, gostaram da leitura de Oceano no fim do Caminho? Conseguiram se conectar? Me conta aí nos comentários!



Estava acostumado a ser eu, gostava dos meus livros e dos meus avós e da Lettie Hempstock, e a morte ia tirar todas essas coisas de mim.
[Protagonista, p. 144]



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