Resenha #242: Liberdade crônica | Martha Medeiros

Autora: Martha Medeiros
Editora: LP&M
Páginas: 255
Skoob: 5/5


Foram os livros que destruíram um a um meus preconceitos. Foram os livros que me deram vontade de viajar. Foram os livros que me tornaram mais tolerante com as diferenças.
[A arte maior, p. 70]

Estou feliz de ter lido mais um trabalho da Martha Medeiros! Ô mulher que dialoga com a gente através da caneta, não é??? Neste livro, Martha reúne 101 crônicas dos seus mais de 20 anos de carreira. O livro é dividido em cinco partes: A mulher contemporânea; Livros, filmes, músicas e etc.; Fé e equilíbrio; No divã e Sociedade e adorei cada uma delas!! 


Curiosamente, o estupro é o único ato sexual cuja culpa a sociedade divide entre o homem e a mulher. Uma saia mais curta ou uma maquiagem pesada podem ser consideradas corresponsáveis pela agressão. Sempre haverá um analfabeto para dizer 'quem mandou ser tão gostosa', transformando a vítima em cúmplice.
[Destruidoras de Lares, p.16]

Teve algumas crônicas que muito me identifiquei, como A fé de uns e de outros, que super recomendo nesses tempos de tanta intolerância por aí e o Depois se vê, em que abre nossos olhos para a questão de sermos o país do: "Para quê prevenir se dá para gastar mais dinheiro remediando?", se me permitem a licença poética aqui!, hehe

Na minha santa inocência, ainda acredito que religião deveria servir apenas para promover o amor e a paz de espirito. Não quero a vida eterna ao custo de subjugar quem nunca me fez mal.
[A fé de uns e de outros, p. 244]

Livro delícia e rapidinho de ler! Se você ainda não conhece o trabalho da Martha, dá para ter uma palhinha também na resenha de Um Lugar na Janela, livro sobre viagens que ameeeeei, no facebook da autora e em páginas e sites criados por fãs!




A liberdade é politicamente incorreta. A liberdade é personalista. A liberdade não se veste bem, não tem bons modos, não liga para o que os outros vão dizer. Ser absolutamente livre tem um ônus que poucos se atrevem a pagar.
[Picasso e a arte dos desiguais, p. 59]



Repare bem: quase todos os atos de violência são protagonizados por um arrogante que entra em pânico com a palavra 'não'.
[Arrogância, p. 234]

Comentários