Resenha: Post-Mortem {Patrícia Cornwell}

Autor: Patrícia Cornwell
Série: Scarpetta
Volume: 1 de 21
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 304
Nota: 4/5

É um homem metódico, disciplinado, desumano: mata por prazer. As pistas até ele se perdem pelas ruas. A Dra. Kay Scarpetta, médica-legista, examina as vítimas, mulheres que não podem lhe dizer nada a não ser pelos vestígios que trazem no corpo. E no corpo delas há um brilho produzido por alguma substância química. Qual? A Dra. Scarpetta precisa descobrir logo, se quiser evitar a próxima vítima. E precisa aprender a conviver com o fato de que, apesar de usar em suas autópsias os recursos mais avançados da ciência e da tecnologia, esse aparato se destina a desvendar mentes tão perturbadas quanto impenetráveis. Em outro plano, precisa lidar ainda com a hipótese de que alguém muito próximo quer destruir sua carreira e está sabotando a investigação dos crimes.

Recebi este livro de cortesia da Companhia das Letras e do Skoob e fiquei feliz, porque mesmo gostando de livros policiais e de suspense, é difícil eu sair para comprá-los, não sei por quê!

A história se centra na médica-legista Kay Scarpetta, que comanda o necrotério de Richmond, onde estão acontecendo assassinatos em série de mulheres, mas sem padrão algum de vítimas. A cada novo corpo a Dra. encontra o mesmo modus operandi do assassino, mas nada mais que possa levá-los à desmascará-lo, a não ser uma substância brilhante que sempre está espalhada pelo corpo das mulheres atacadas, mas que ela e sua equipe ainda não conseguiram identificar.

Em uma cidade pequena como Richmond, um assassinato já seria motivo para alarme, uma série deles causou pânico em toda a cidade e a mídia cai em cima em cada novo caso, destilando suas noticias tendenciosas e sensacionalistas o que acaba prejudicando bastante o trabalho da polícia.

 

Gostei da Dra. Scarpetta, que é uma mulher comum, que fuma muitooo, mas não posa de vítima durante os problemas pelos quais passa; e de sua sobrinha Lucy, que com 10 anos e negligenciada pela mãe, adora passar as férias com a tia e possui uma inteligência incrível, sem contar que realmente aprende coisas com manuais de eletrônicos (talvez porque ela efetivamente os leia, vai saber! rsrs)!! 

O detetive Marino, responsável pelo caso, é um personagem que você acaba gostando aos poucos. Como Kay não gosta dele, porque acha que ele não gosta dela (haha) e sempre a está provocando, você começa o livro meio com o pé atrás com o sujeito, mas aos poucos ele vai te ganhando e as partes com ele até que são engraçadas em alguns momentos!

Além de estar as voltas com os assassinatos para resolver e dar atenção para a sobrinha, Kay também corre o risco de perder seu emprego, pois alguém está tentando sabotá-la, tudo indica que é alguém de dentro de seu departamento, mas a Dra. se recusa a acreditar que há algum traidor dentro de sua equipe tão dedicada.

Gostei muito da história e da escrita da Patrícia, pois ela não enrola, tanto é que o livro já começa no terceiro assassinato e logo vamos descobrindo o que aconteceu nos outros. Como todo livro policial, a autora vai dando pistas, brincando com o leitor, para que ele tente adivinhar quem pode ser o culpado, e Patricia leva você a duvidar mesmo das pessoas mais improváveis!

Trechos

"A gente vai morrer. Todo mundo morre! Qual a vantagem de morrer com a saúde perfeita?"

[Um amigo da Dra. Kay - pág. 47]

"Os relacionamentos humanos não se baseiam na razão, assim como as rosas não são adubadas com debates."

[Dra. Kay - pág. 174]

"Quanto mais tempo passo nesta profissão Dra., mais acredito em algo que os psiquiatras não gostam de escutar: que muitos assassinos matam porque adoram fazer isso."

[Detetive Marino - pág. 261]